terça-feira, 21 de outubro de 2008

Meu candidato no Rio

Muitos brincam comigo na rua dizendo que já sabem quem é meu candidato a prefeito do Rio. Estão enganados. Eu ainda não decidi meu apoio por uma questão muito simples: eu esqueci qual que era a minha opinião. Acho importante um artista declarar seu voto. Portanto, peço um pouco de paciência. Vai dar tudo certo. Don’t worry about a thing (principalmente com a thing), cause every little thing gonna be all right. Daqui a pouco eu lembro. Tá aqui, me queimando a ponta da língua. Pior é que eu tinha algo muito legal para falar, algo que iria mudar o seu voto. Detesto quando isso acontece. Dá uma sensação de... de... de... como é mesmo? Uma sensação de vazio. É isso: um vazio. Me deu uma vontade de preenchê-lo com um doce, bem doce, daqueles que doem a arcada dentária de tão doce que são. Vou preparar um brigadeiro de colher e daqui a pouco eu volto.

Minha esposa – a Rita – me comprou um bloquinho de Post-it amarelo (ou era rosa?) para auxiliar minha memória. Espalhei vários pela casa, praticamente etiquetei tudo o que encontrei pela frente. Chave de casa. Documentos. Guitarra. Carteira. Escova de dente. Pente. Não. Pente, não. Celular. Filho maior. Filho do meio. Recém-nascido. Rita. Coloquei até um na gaveta onde guardei o bloquinho com a inscrição “Post-it guardado aqui”. Mas se passaram dois dias, e precisei do papelzinho para outra finalidade. Estava ótimo. Isso desesperou Rita, que começou a me xingar, dizendo que não agüentava mais, que já tinha ido ao limite. Teve um acesso de fúria e depois caiu aos prantos. Peguei o violão e me veio uma inspiração. Uma letra que começa com “Bem que eu me lembro...” e termina com um refrão mais ou menos assim: “No woman, no cry”. Mas isso não vem ao caso agora. Ah, me ocorreu uma vaga lembrança de uma das letras e um dos números que indicavam o meu candidato. Se não me engano, era algo com D2, coligação pepepê, quequequê, perepepê.